TEIXEIRA LOPES - PAI
1837-1918
- ESCULTOR E CERAMISTA -
Membro destacado da ilustre família Teixeira Lopes, cujos artistas, como dizia Luís de Camões “por obras valorosas se vão da lei da morte libertando”, merece toda a nossa admiração.
O escultor nasceu em S. Mamede de Ribatua, no dia 24 de Fevereiro de 1837 e faleceu em 1918.
O Povo conserva na memória os seus primeiros passos “O pai dele era ferreiro e só vivia da arte. Tinha uns bocadinhos de terrenos (poucos) e uma casinha pobre.
Seu pai, como nem sempre tinha dinheiro para carvão, mandava-o às cascas de pinheiro para a forja.
O miúdo precoce levava sempre uma faca de cozinha com ele e ficava por lá muito tempo a fazer bonecos das cascas. E a mãe ia-o lá chamar porque demorava muito “que viesse depressa para o pai acender a forja!”
Então uma vizinha, uma das primeiras professoras de S. Mamede de Ribatua, vendo os bonecos dizia aos pais “que deviam mandar o filho para a escola de Belas Artes, no Porto, que podia sair um bom escultor”.
E a mãe respondeu a essa vizinha: “que era muito pobrezinha e não tinha posses para o mandar”.
A amiga encorajou-a: “se quisesse mandar tinha lá família para o meter”. A senhora arranjou tudo e ele ficou na História.
Salvaguardando qualquer incorrecção histórica da narração, importa realçar a espontânea e a precocidade do Escultor que nela se exaltam.
Ainda sem escola de escultura, o menino-prodígio já esculpia estátuas de Senhores-dos-Passos e Nossas Senhoras da Soledade. “Para o bom trabalhador qualquer ferramenta basta”, diz o ditado e não me restam dúvidas que o sublime Escultor o personificou, pois com a ferramenta desajustada do tio espingardeiro produziu trabalho de valor.
Obras suas, pelo menos atribuídas pela tradição, enriquecem o espólio de igrejas próximas, revelando a sua elevada qualidade de santeiro: S. Mamede de Ribatua, Castanheiro do Norte, Alijó e Amieiro.
O escultor descendia de família humilde, de artificies de habilidade invulgar em múltiplos domínios.
O pai, ferreiro e músico, não sentia dificuldade em trabalhar mesmo como carpinteiro ou marceneiro. Para ele o fabrico de instrumentos (em metal ou madeira) não o perturbava.
O avô também se defendia dignamente na vida, trabalhando como tanoeiro e torneiro.
José Joaquim Teixeira Lopes estudou, mais tarde, com M. da Fonseca e Jouffroy, na bela cidade de Paris.
Do conjunto da sua obra, destaco a estátua equestre de D. Pedro V, na Praça da Batalha, no Porto (1862), e a do Conde Ferreira.
Como justo prémio da sua arte foi condecorado com o grau de Cavaleiro (Ordem de Cristo).
Em S. Mamede deixou as obras já referidas.
In: “Monografia de S. Mamede de Ribatua”
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